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sábado, abril 22

IX Jornadas de Comunicação Social

“O direito de expressão ainda nos deixa com a necessidade de decidir o que dizer como o fazer de encontrar alguém que escute e de fazer com que essas palavras soem bem”

As IX Jornadas de Comunicação Social decorreram no passados dias 19 e 20 de Abril. O primeiro dia foi inteiramente dedicado a várias conferências e decorreu no Auditório do EE2, no Campus de Gualtar da Universidade do Minho. Foram discutidas diversas temáticas relacionadas com a liberdade, num evento que ficou marcado pela forte adesão de alunos e docentes da licenciatura.
Subordinadas ao tema “A liberdade de expressão”, as Jornadas contaram com a presença de docentes da licenciatura e profissionais da área da comunicação social, entre outros.
Este ano, pela primeira vez, as conferências ocuparam apenas o primeiro dia dos trabalhos, tendo no segundo sido realizados vários workshops direccionados para as quatro áreas do curso.
Moisés Martins, presidente do Instituto de Ciências Sociais, no seu discurso de abertura, falou da crise do modelo emancipado da liberdade de expressão, referindo-se ao nosso tempo como “um tempo tecnológico”. Referiu a crescente politização dos media e a vedetização de críticos e pivots como factores a seguir com atenção, numa sociedade em que “cada vez se fala menos de mais assuntos”. Terminou a sua intervenção caracterizando as instituições e as universidades como sítios desprovidos de paixões e afectos, de “pulsão de vida”.
A directora do departamento de Comunicação Social e docente da Universidade do Minho, Zara Coelho, enalteceu a “saudável tradição” em que já se tornaram as Jornadas de Comunicação Social e que permitem a todos que nelas participam “ ir para além do que é dizível em jornalismo, relações públicas e publicidade”. Zara Coelho referiu também a necessidade de os comunicadores garantirem a verdade dos factos e não caírem na tentação de utilizarem “chamadas inflamatórias”, ao invés do diálogo. Terminou a sua intervenção citando Henrique Pinto, que defende que “o país não precisa de um choque tecnológico mas sim de um choque ético” e o historiador britânico Zeldin, que entende que “O direito de expressão ainda nos deixa com a necessidade de decidir o que dizer como o fazer de encontrar alguém que escute e de fazer com que essas palavras soem bem”.
Anabela Carvalho, directora do Curso de Comunicação Social, apresentou à audiência o caso de oito personalidades que, desde a antiguidade à actualidade, sempre se distinguiram por defenderem o direito à liberdade de expressão, tanto o seu como o dos outros.