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sábado, abril 22

IX Jornadas de Comunicação Social

José Rui Teixeira, docente de Filosofia, afirma

"devemos ser mais exigentes com a nossa liberdade”

A parte da tarde albergou dois painéis. O primeiro, com início às 15h00, lançava uma pergunta: “Liberdade: um Território sem Fronteiras?” Num debate moderado por Victor Ferreira, jornalista e aluno da licenciatura de Comunicação Social, Alessandra Silveira, docente de Direito Constitucional na UM, falou sobre a importância da Constituição e de como esta só funciona quando os cidadãos a reconhecem como um documento fundamental no seio de uma democracia. Na sua intervenção referiu também o segredo de justiça, afirmando que a sua extensão “é discutível”. Em suma, a ideia dominante da sua apresentação foi a de que o problema dos limites da liberdade se põe não só à comunicação social, mas a toda a sociedade.
Gabriela Gama, docente de Relações Públicas da UM, em substituição de Jorge Simões, teve com base na sua apresentação a complexidade existente na definição de liberdade. Para alguns autores, esta é plena e de todos. Para outros, não há liberdade humana, esta é apenas concebida “como uma ilusão acerca das nossas possibilidades reais”. Nassalete Miranda, directora do Primeiro de Janeiro, começou a sua intervenção referindo que, hoje em dia “é difícil perceber o que é essencial versus o voyerismo que vende”. Como comunicadora, afirma que “lidamos com uma arma letal: a palavra”. Ao longo da sua intervenção, frisou sempre que o “seu” jornal não se pauta por critérios sensacionalistas, afirmando que o objectivo diário é “conquistar um leitor por dia”.
No segundo painel o tema em debate era “O conflito da liberdade” e contou com a presença de Lídia Branco, advogada e jornalista, Luís Botelho, docente da UM e pré-candidato à Presidência da República em 2006 e José Rui Teixeira, teólogo, escritor e professor de Filosofia. A moderação esteve a cargo de Madalena Oliveira, docente da licenciatura de Comunicação Social.
José Rui Teixeira referiu na sua intervenção que o grande problema da coerência põe-se quando o que é dito é transcrito, a possível diferença existente entre dois registos que, supostamente, seriam iguais. Falou ainda de questões polémicas como a dos “novos pecados” referidos pela Santa Sé, defendendo que o cardeal que os apontou não estava a legislar, apenas emitiu a sua opinião. Terminou afirmando que "devemos ser mais exigentes com a nossa liberdade”.
Apesar de as conferências terem terminado um pouco mais tarde do que o previsto, a organização fez um balanço positivo do primeiro dia de trabalhos, salientando a forte adesão dos alunos, o que contrariou a tendência de pouca participação observada em anos anteriores.