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sábado, abril 22

IX Jornadas de Comunicação Social

A Liberdade da Arte


No primeiro painel do dia foi discutida a Liberdade da Arte, num debate moderado pelo jornalista Nuno Passos. Jonh Cawood, regente da cadeira de Informação e Comunicações da Manchester Metropolitan University, falou sobre a relação entre a arte e a tecnologia. Começou por focar a evolução da tecnologia ao longo dos tempos, dando como exemplo as pessoas que se juntavam à volta de um piano para cantar versus as pessoas de hoje em dia, que ouvem música em leitores de mp3. Explicou como essa evolução leva a uma mundialização de conteúdos e consequente conhecimento global de determinados produtos. A Internet foi uma ferramenta constantemente focada pelo professor, pois é um instrumento de extrema importância na forma como consumimos a arte. O aparecimento da Web fez com que o contexto em que as pessoas vêem e consomem a arte se altere totalmente. Além de descontextualizar a arte, a Internet ainda permite que essa mesma arte seja alterada. Numa segunda parte da sua intervenção, Jonh Cawood abordou o tema da tecnologia e produção cultural. Falou de um novo papel desenvolvido pelos novos media e defendeu que, na sua definição, os media devem incluir não só as novas tecnologias mas também as instituições que os usam. Referiu ainda a atenção que devemos ter aos direitos autorias pois, com a difusão de conteúdos pela Internet, estes vão-se perdendo- e há autores que se importam e outros que não.
valter hugo mãe, escritor e editor, referiu que a sua “cabeça nasceu a 25 de Abril de 1974”. Sempre dentro da temática da liberdade, falou da diferença existente entre os conceitos de tolerância, que é “para tolos” e de aceitação e afirmou que “só os tolos estão convencidos de que já não é preciso resistir”. Carolina Leite, directora do museu Nogueira da Silva e docente da UM, defendeu a necessidade que todos devem ter de não se limitar ao produto simples, à simplificação da reprodução. “Tudo menos light”, afirmou a docente, referindo-se aquilo que pode ser consumido como arte. João Negreiros, actor, dramaturgo e encenador, foi o último convidado a intervir no painel da manhã. Afirmou nunca se ter sentido livre e que existe uma certa “Comunicação Social que não vê as coisas”. Em relação à “sua” arte, João Negreiros considera que existe um certo desconhecimento que gera incompreensão por parte do público. “Se as pessoas não sabem o que é teatro convencional, como poderão saber o que é teatro de vanguarda?” inquiriu, quando falava de uma incapacidade das pessoas em geral de criticarem o que viam, quer por falta de bases para o fazer, quer por partirem de pressupostos errados (como o de que uma peça tem que ser boa só porque está em cena no Teatro Nacional). Terminou a sua intervenção explicando que, na sua perspectiva, os órgãos de informação não se substituem, apenas se complementam.